sábado, 29 de janeiro de 2011

Boas notícias?

Hoje tivemos coleta de assinaturas para o abaixo-assinado #CPMFNAO em São Paulo e na Praia Grande (SP) - logo colocaremos as fotos aqui no blog.

2 boas notícias (a princípio), que devem ser avaliadas com cuidado.

Durante um café da manhã com médicos no hospital Sírio Libanês no dia 28/01, o Ministro Alexandre Padilha defendeu que a gestão mais adequada dos recursos deve preceder o debate sobre a CPMF: "Até porque não adianta novos recursos se não forem bem aplicados", afirmou o ministro.

O que parece ser uma boa notícia deve ser avaliada com cuidado porque o próprio ministro diz que o debate sobre novas contribuições para a saúde cabe ao Congresso.


A outra boa notícia vem justamente do Congresso. O G1 fez um levantamento com 414 dos 513 Deputados Federais que assumirão seus mandatos neste ano. Dentre eles, 239 são contra a volta da CPMF e 142 a favor. As respostas não foram individualizadas na divulgação da pesquisa do G1, mas por aqui temos procurado manter uma lista individualizada de políticos (não apenas Deputados) a favor e contra a volta da CPMF.

A pesquisa do G1 também tem que ser tomada com cuidado, já que quando os parlamentares assumem suas funções, passam a ser pressionados por várias forças que podem alterar sua posição. Mesmo que a estatística da pesquisa esteja correta, o jogo pode mudar a qualquer momento. Cf. CPMF ainda voltará ao debate; hoje, não passaria.

Justamente por isso, continuamos firmes com o movimento #CPMFNAO. Você pode participar p.ex. imprimindo e conseguindo assinaturas para o abaixo-assinado que pretendemos levar para Brasília após o Carnaval - ou assim que o jogo mudar.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Tweets de Serra sobre a CPMF

Nesta quarta-feira à noite, 26/01, José Serra tuitou 2 vezes sobre a volta da CPMF:

23:02 Face à armadilha que o governo Lula-Dilma criou, o governo Dilma vai tentar recriar a CPMF e aumentar muito os impostos às importações.

23:04 O pretexto para recriar a CPMF vai ser o anúncio da redução da contribuição das empresas ao INSS.

Como ele possui mais de 600.000 seguidores, o tema fervilho no Twitter nesta noite e início de madrugada.

Pelo que já foi calculado até agora, a perda de arrecadação com a redução da contribuição das empresas ao INSS será bem menor (aproximadamente 25%) do que o valor previsto para ser arrecadado com a volta da CPMF. Então, a compensação não parece ser nada justa.

Além disso, é importante lembrar que o valor perdido pelo governo com o fim da CPMF foi imediatamente compensado pelo aumento do IOF sobre algumas operações financeiras. Ou seja, se o discurso antes das eleições era de redução da carga tributária, não faz sentido compensar a redução da contribuição das empresas ao INSS com o quádruplo de arrecadação com um imposto que não foi sequer comentado durante a campanha eleitoral. Já discutimos esses e outros argumentos contra a volta da CPMF por aqui no final de 2010 e mais recentemente por aqui.

Portanto, mesmo com uma suposta compensação do INSS, o objetivo do movimento #CPMFNAO continua firme como antes: impedir o retorno da CPMF. E esperamos que José Serra se envolva nesta batalha - o convite já foi feito.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

2011 & a CPMF

O ano começou com várias notícias e informações relativas à CPMF. Aqui um breve apanhado, a partir do qual você pode traçar inúmeras relações.

A arrecadação de 2010 da Receita Federal foi recorde:

Arrecadação federal sobe quase 10% e atinge recorde de R$ 805,708 bilhões em 2010

e deve crescer ainda mais:

Barreto prevê alta nominal de 10% da arrecadação em 2011

Além disso, a tabela do IR não foi corrigida, o que em tese aumentará ainda mais a arrecadação em 2011:

Mobilização contra o IR

Então, já pagaremos mais impostos em 2011, mesmo sem a CPMF:

Brasileiros devem pagar mais impostos neste ano, prevê IBPT

Esse crescimento da arredacação em princípio desqualificaria um dos principais argumentos para a volta da CPMF:

Arrecadação recorde do governo federal em 2010 inviabiliza os argumentos para a volta da CPMF

(cabe lembrar que analisamos também outros argumentos em Direção do Movimento - "Quem é contra a CPMF é contra a saúde", "Sem CPMF a Receita não consegue controlar a sonegação" - nesse sentido cf. a entrevista de Hugo de Brito Machado, "CPMF é imposto de rico" etc.)

O próprio setor da saúde terá um recorde de recursos em 2011:

Saúde terá R$ 77 bilhões em 2011; maior valor desde 1995

Um dos argumentos contra o retorno da CPMF é que o governo não precisa de mais dinheiro, mas de melhor gestão dos recursos arrecadados:

Desvios na Funasa chegam a R$ 500 milhões, diz CGU

Governo gasta R$ 80 milhões com cartões corporativos em 2010 e bate recorde

Neste sentido vale a pena ler Por uma saúde Sustentável, de Cláudio Luiz Lottenberg, ex-Secretário da Saúde de São Paulo e presidente do Hospital Israelita Albert Einstein, publicada no jornal O Estado de São Paulo em 14/11/2010.

Mas mesmo com todos esses argumentos a favor da volta da CPMF desmontados, a pressão pela volta da CPMF continua:

Governadores mantêm lobby por volta da CPMF

"2011 começa com o maior orçamento para a Saúde nos últimos 15 anos —cerca de R$ 77 bilhões, dos quais R$ 68 bilhões serão destinados a custear o SUS. No entanto, uma nova fonte de financiamento é necessária para que a área passe por melhorias significativas." José Dirceum em Início Animador.

Ministro quer recursos fixos para a saúde

Para justificar o injustificável, provavelmente nos oferecerão gato por lebre:

Não existe almoço grátis. Dilma quer trocar 10 bi do INSS por 40 bi da CPMF.

Por fim, a argumentação de Políbio Braga: "A falência do SUS não justifica a volta da CPMF."



Se você é contra a volta da CPMF, pode participar do movimento #CPMFNAO imprimindo nosso abaixo-assinado e coletando assinaturas.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

São Paulo 29/01 11h Coleta de Assinaturas #CPMFNAO

No sábado, 29/01, 11 horas, realizaremos mais uma sessão de coleta de assinaturas para o abaixo-assinado #CPMFNAO em São Paulo, no Centro Velho, Rua Direita esquina com Rua São Bento. Estaremos também distribuindo adesivos e algumas camisetas #CPMFNAO. Será um prazer encontrá-lo(a) por lá!

domingo, 9 de janeiro de 2011

CPMFNAO em Chapecó

A ACIC - Associação Industrial e Comercial de Chapecó, a CDL - Câmara de Dirigentes Lojistas de Chapecó e o SICOM - Sindicato do Comércio Varejista de Chapecó estão apoiando o movimento #CPMFNAO na cidade de Chapecó.

Esta é a arte do outdoor que eles desenvolveram e que será instalado nos próximos dias:


Informaremos mais sobre a campanha #CPMFNAO em Chapecó por aqui.

Cf. p.ex.: Acic, CDL e Sicom aderem à campanha nacional contra a volta da CPMF.

Procure entidades similares na sua cidade, mesmo que você não seja um coordenador local do movimento #CPMFNAO, para que aumentemos o apoio e a visibilidade do movimento em todo o Brasil.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Feira Central - Campo Grande - 07/01 22h - Coleta de Assinaturas #CPMFNAO

Na sexta-feira, 07/01, a partir das 22 horas, estaremos na Feira Central de Campo Grande (MS) distribuindo adesivos e colhendo assinaturas para o abaixo-assinado #CPMFNAO. Apareça por lá, teremos também camisetas #CPMFNAO para distribuir.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Cinelândia 07/01 16h Coleta de Assinaturas #CPMFNAO

Nesta sexta-feira, 07/01, às 16 horas na Cinelândia (Rio de Janeiro), estaremos coletando assinaturas para o abaixo-assinado #CPMFNAO e distribuindo adesivos.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Entrevista de Hugo de Brito Machado ao Estadão (30/12)

Entrevista do jurista e professor Hugo Brito Machado ao jornal O Estado de São Paulo (30/12) - Direito & Justiça

O que representa a volta da Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira (CPMF)?

Hugo de Brito Machado: Considero que a recriação da CPMF é indesejável. Coloco os dois argumentos de quem defende esse imposto e mostro que eles não têm fundamento.

O primeiro é de que a Receita Federal só obtém certos dados por meio da CPMF. Isso é inteiramente falso. O Supremo Tribunal Federal acabou de passar a limpo esse problema. A Receita pode pedir a informação que desejar ao sistema financeiro, que é obrigado a fornecer. Então, não é a CPMF que vai gerar os dados.

O outro argumento é de que o imposto geraria recursos para a saúde, e nós temos observado que, ultimamente, não sei se com esse propósito ou não, mas o noticiário tem dado ênfase à situação deficiente dos hospitais. Também não se justifica porque já tivemos, eu diria que esse filme nós já assistimos. Quando Adib Jatene foi ministro da Saúde, e foi alegada a inconstitucionalidade da CPMF, ele esteve no Supremo Tribunal Federal e fez apelo para que não afastassem a cobrança porque era necessária à saúde. O Supremo atendeu ao pedido. Pouco tempo depois, Jatene reclama do então ministro da Fazenda, Pedro Malan, de que não estava recebendo os recursos. Pedro Malan disse que estava enviando os recursos, em proporção menor ao que mandava antes. Quer dizer, o dinheiro para a saúde existe, é uma questão orçamentária, de administração dos recursos públicos. O que acontece não é falta de verba, é falta de gestão, de capacidade para administrar bem. De vez em quando, a mídia mostra equipamentos hospitalares de alta sofisticação encostados por falta de manutenção ou de uma peça.

Os dois argumentos não justificam a volta da CPMF.

Além de refutá-los, coloco um argumento meu contrário à CPMF: toda transação financeira já é onerada por algum tributo. Então, a recriação da CPMF significa mais um imposto. A não ser que agente considere, o que não é razoável, que a carga tributária no Brasil é baixa, o que não é.

Sou radicalmente contra.